sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Hora que tarda

Soa o sino em minha

Mente: badaladas, badaladas.

Sua o vinho em minha

Frente: gotas e gotas.

O som me introduz a nostalgia.

A dor me seduz a valentia.

Soa o sino: blén! Blén!

Sua em silêncio o vinho.

Recordo o tempo em seu bronze.

Saio do cronos por seu metal.

Saudai todos a hora final!

Por ora, aguardo-lhe chegar

Por hora é que sofro o vosso tardar.



David do N. Luz

Arcaísmo!

Aos olhos teus, os tenho fitos.

Encantos que mos impusestes vós.

Sepultá-los-ei no sarcófago de

minhas palavras cujos sentidos

hão desfigurado-se em arcaísmos.

De velhas que são já não hás tenho.

Está a memória perturbada.

Perturbada e velhamente gasta.

 
 
David do N. Luz